segunda-feira, 25 de maio de 2009

Hospitais da ULBRA: em defesa de uma saúde pública 100% SUS.

A manifestação da Secretaria Estadual da Saúde, em nota à imprensa, datada de 20/05/2009, que trata da possível transferência da gestão dos hospitais da ULBRA para a Santa Casa de Porto Alegre, deve ser considerada, no mínimo uma ofensa aos princípios do Sistema Único de Saúde.
Primeiro, porque os hospitais filantrópicos não possuem caráter público não estatal, como a Nota tenta caracterizá-los. Tratá-los dessa forma é uma mistificação e uma tentativa de confundir a opinião pública. Os hospitais filantrópicos não são nada mais do que hospitais privados, que recebem uma certificação que lhes pode ser retirada a qualquer momento. São hospitais que recebem fortes subsídios do Estado, na forma de isenção de pagamento de tributos e/ou impostos, o que reduz seus custos em aproximadamente 30%. E, além de serem isentos de tributos cobram, e, atualmente, cobram muito bem, pelos serviços prestados para os pacientes internados pelos SUS. Ou seja, são duplamente beneficiados.
Segundo, porque a Nota da SES/RS afirma sua preferência pelos Hospitais privados (filantrópicos) porque seus custos são inferiores do que os custos dos hospitais públicos. Creio que seria imprescindível discutir as razões pelas quais esse fenômeno existe, se é que ele é verdadeiro. Esse “menor custo” não estaria determinado pela super-exploração dos trabalhadores desses hospitais? Ou pela acintosa discriminação aos usuários do SUS, que são tratados como cidadãos de quinta categoria, havendo um verdadeiro “apartheid” no interior desses hospitais? E o maior custo dos hospitais públicos não estaria relacionado com um mau gerenciamento e por um ‘inchaço” de cargos comissionados para satisfazer aparelhamentos partidários? Situações que podem ser facilmente saneadas, bastando respeito pelo patrimônio público.
Soa muito estranho essa defesa da privatização da saúde pública, partindo de um gestor público estadual. O problema da saúde pública na é um problema de custos. Isso, a rigor não está em discussão. O que, de fato, está em discussão é uma política, proposta por um Estado privatizado, de privatização da saúde pública.
Nós, ao contrário do que propõe a SES/RS em sua Nota, somos defensores da transformação imediata dos hospitais da ULBRA em hospitais públicos estatais, com gestão do Estado ou dos municípios onde eles estão instalados. Aliás, o Estado deveria aproveitar essa oportunidade e trazer para a esfera pública/estatal o complexo da Santa Casa de Misericórdia. Afinal, ele se construiu e se firmou financiado com dinheiro público, isto é, com o nosso dinheiro. Portanto, nada mais adequado do que colocar toda a sua excelência científica, a serviço da população que o construiu.
Lucio Barcelos

terça-feira, 19 de maio de 2009

Contribuição ao Jornal Via Norte

Ao
Jornal Via Norte
Redação a/c Bruna

Prezada Bruna:
Responder tua pergunta em poucas linhas é uma tarefa muito difícil. Em todo o caso vamos tentar:
Sou absolutamente contrário a ocupação privada do Pontal do Estaleiro, para quaisquer fins. O Pontal é uma área de interesse público e de preservação permanente. Portanto, não posso legitimar uma "consulta popular", que parte do pressuposto de que a população de Porto Alegre aceita a apropriação privada e a construção de edificações comerciais no Pontal e, portanto, será consultada sobre o "direito" da empresa, supostamente proprietária da área, construir espigões residenciais. Defendo uma ocupação pública, ecologicamente responsável do Pontal. Que lá se construa um grande parque público, com espaços de lazer, cultura e esporte.
Essa é a posição que defendo.
um abraço
Lucio Barcelos

Socializando nossas iniciativas

Nesta sexta-feira, às 16:30 na Assufrgs vamos discutir a questão do Pronto Socorro e também a questão da consulta que o Prefeito Fogaça está encaminhando sobre o Pontal do Estaleiro.
Nesse bate papo vamos organizar e decidir os próximos passos de nossas lutas.
Já temos agendado na Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, no dia 9 de junho às 10 horas, uma reunião sobre as condições de trabalho e precariedades no Hospital Pronto Socorro.
Participe e acompanhe nossas iniciativas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Acinetobacter volta atacar pacientes no HPS

Porto Alegre – O vereador Lucio Barcelos (PSOL), e o Sindisprev-rs, através do diretor Juvêncio Severo, foram convidados a participar de reunião com a responsável pelo setor de infecções do Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre (HPSPA), para tratar a respeito de denúncias feitas por médicos e servidores do local a cerca de contaminação de 11 pacientes, entre 28 existentes, na enfermaria de Neurologia do Hospital, pela bactéria Acinetobacter.A bactéria se desenvolve tanto na pele dos seres humanos quanto na superfície de móveis e objetos, especialmente em ambiente hospitalar. Ela é muito resistente a antibióticos, o que torna a cura demorada. Quando não tratado adequadamente pode provocar infecção generalizada e levar à morte.Segundo Barcelos, a informação do HPSPA durante a reunião é de que a bactéria está sob controle, mas com número de contaminados acima do normal. Segundo o responsável por infecções do HPSPA “O microrganismo é relativamente comum, especialmente em unidades de terapia intensiva, e não costuma levar à morte - apenas infecciona ferimentos”. Por outro lado, o vereador defende que o município adote um plano de ação global envolvendo todos os gestores públicos do SUS ante o impacto das contaminações para o atendimento da população. “Estamos diante de um problema que cria ainda mais dificuldades para o funcionamento da saúde pública (além da tradicional falta de leitos, de remédios etc.). ”Trata-se de germes (acinetobacter) que têm cada vez mais resistência, exigem tratamento forte e com antibiótico muito específico e nem sempre facilmente disponível e que encontram ambiente favorável para proliferar”. Também a escassez de leitos e a superlotação são apontadas como agravantes do problema, explicou Barcelos.O SINDISPREV-RS solicita à Prefeitura providências urgentes, já que no ano passado a bactéria levou ao fechamento da UTI, devido a morte de pacientes vítimas da infecção. Estamos de Olho!

HPS em alerta contra bactéria

Matéria Publicada na Zero Hora - 06/05/09

Um ano após mobilizar as autoridades de saúde pública da Capital, uma bactéria mostra que veio para ficar nas UTIs e enfermarias da cidade. Ontem, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) revelou que tem 17 pacientes infectados pela Acinetobacter sp. A instituição afirma que o problema está controlado e não foge da realidade de outros hospitais.Em março passado, a UTI de trauma do HPS – com 12 vagas – foi interditada após sete pacientes terem sido contaminados. Dois receberam tratamento e ganharam alta, e outro morreu. A Secretaria Municipal da Saúde garantiu que a causa da morte não foi a bactéria, mas as demais complicações. Ontem, o hospital falou sobre o assunto em reunião solicitada pelo médico e suplente de vereador pelo PSOL Lucio Barcelos.Quem o atendeu foi a médica infectologista Isabela Osório de Freitas. Ela afirmou que, dos 17 pacientes com a Acinetobacter sp, 11 estão na enfermaria do setor de neurologia. Esse grupo está isolado, sendo atendido por profissionais que evitam contato com os demais para não contaminá-los. Ela afirma que a situação exige cuidado, mas não é grave:– Não existe surto. A questão está sob controle, podemos dizer até que há tranquilidade. Claro, sempre há risco. Essa bactéria não será mais erradicada dos hospitais, ela sempre estará presente, deve ser é controlada.