domingo, 9 de setembro de 2012

Superlotação das Emergências: um sinal evidente do desmonte do SUS.

Em agosto de 2010, abordei esse assunto, pela primeira vez, em artigo postado em meu Blog. O acesso aos serviços de saúde, principalmente as emergências, tem piorado gradativamente. E não se vislumbra nenhuma política governamental que aponte para uma melhora dessa situação. Existem medidas pontuais - p.ex. construção de Unidades de Pronto Atendimento - (UPAs), ou promessas de abertura de novos leitos hospitalares, que ficam a milhares de quilômetros de distância dos problemas reais e estruturais do sistema público de saúde. Estamos falando, mais uma vez, nas políticas de privatização do sistema de atenção à saúde. A tônica é dada pelo sistemático desmonte das políticas públicas de saúde, aí incluídos sua baixa cobertura populacional, os salários indignos, a insuficiência de pessoal, a evasão de especialistas das áreas médicas, a insuficiência de equipamentos e/ou sua qualidade duvidosa, e, finalmente, a decisão governamental de não construir um parque industrial de medicamentos, insumos e equipamentos.

Volto a insistir, trata-se de uma opção política. A política do governo Dilma, assim como foi no governo Lula é a de privatizar a saúde, a educação, o saneamento, a água, o meio ambiente, e, se possível, a vida de todos nós. É um jogo jogado. Nestas condições, o Estado cumpre o vergonhoso e exclusivo papel de facilitador dos negócios dos grandes, médios e pequenos “empreendedores”. A imensa maioria da população, fica à margem ou é “beneficiada” com políticas que levam ao seu endividamento ou ao recebimento das migalhas, traduzidas na concessão de “bolsas” as mais variadas. Emprego e salários dignos, nem pensar. Falta dinheiro? Acho que não. A soma da arrecadação de impostos pela União, Estados e Municípios já chega a R$ 1 trilhão e 037 bilhões. Desse total, a União arrecadou 738 bilhões e 712 milhões (71% do total). No Rio Grande do Sul já foram arrecadados 18 bilhões e 638 milhões e em Porto Alegre R$ 02 bilhões e 757 milhões. Confrontando esses números, dá para afirmar, sem medo de errar, que o que falta é vergonha na cara de nossos governantes, que governam para o capital e sangram a imensa maioria da população.

Lucio Barcelos - Médico Sanitarista -
Julho de 2012.

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